45a. SESSÃO SOLENE DA 4a. SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA IX LEGISLATURA.

 


Em 21 de outubro de 1986.

Presidida pela Sra. Gladis Mantelli - 1a. Vice-Presidente.

Secretariada pelo Sr. Isaac Ainhorn - 1º Secretário.

Às 14h35min, a Sra. Gladis Mantelli assume a Presidência.

 

 


A SRA. PRESIDENTE: Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Bispo Emérito da Igreja Metodista, José Pedro Pinheiro.

Solicito aos Líderes de Bancada que conduzam ao Plenário as autoridades e personalidades convidadas. (Pausa.)

Convido a tomarem assento à Mesa: Bispo Isac Alberto Rodrigues Aço, Titular da Igreja Metodista do Rio Grande do Sul; Sr. Virmar Santos Borba, Presidente da Federação das Sociedades Metodistas de Homens do Rio Grande do Sul; Professor Clori Trindade de Oliveira, Reitor do IPA; Professora Alba Belotto, Diretora do Instituto Metodista de Educação e Cultura; Sra. Olga Gutierres, Presidente da Federação Sociedade Metodista de Mulheres da 2a. Região Eclesiástica; Bispo Emérito José Pedro Pinheiro, homenageado; e Sra. Eunice Ungaretti Pinheiro, esposa do homenageado.

Falará, em nome da Casa, das Bancadas do PMDB, PDS, PDT, PSB e PFL e na condição de proponente da presente homenagem, o Ver. Clóvis Brum, que está com a palavra.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, dois fatos marcam o início do meu pronunciamento: primeiro, que, depois de uma manhã febril, estou em condições de comparecer a esta Sessão Solene; segundo, em uma discussão travada entre este Vereador e o seu assessor, dizia-me o dedicado assessor, Dr. Thomé: “Vereador, é uma sessão solene; protocolarmente, se lê o discurso”. Mas, aí, deparava-me e lembrava-me que se tratava de um bispo da Igreja Metodista e não de um simples bispo. Era um bispo emérito da Igreja, uma autoridade eclesiástica e que aqui estavam presentes também outras autoridades da Igreja e da comunidade. Convencia-me o meu assessor de que o discurso deveria ser lido, meu caro professor Campos, mas eu também me lembrava de que o homenageado era aquele homem simples, de profundo amor aos seus irmãos em Cristo, à sua comunidade e aos seus amigos, que era um homem simples do povo, e eu tenho certeza de que ele não iria atentar para o formalismo do protocolo. Por isso, meu caro homenageado, a maior homenagem não é esta; este é o momento em que se entrega a condecoração honorífica, que o senhor fez por merecer, ao longo da sua vida. A homenagem bonita foi na ocasião da votação nesta Casa, quando, por unanimidade, todo o Plenário, não ausente, mas presente, sim, discutiu e votou, numa tarde memorável, a condecoração ao Bispo Pinheiro, novo Cidadão Emérito da Cidade. Cidadão Emérito da sua Igreja, do seu rebanho, e agora Cidadão Emérito desta Casa e da Cidade. Estranha coincidência, meu caro homenageado, eis que, há poucos dias, esta Casa se reuniu para entrega de um outro título, que bem apontava no jornal da Igreja, e lia, há poucos minutos, o zeloso Prof. Campos ao Prof. Prado! “Hoje a Casa entrega outra condecoração”, por extensão a própria Igreja, a Igreja Metodista, sim, porque o Bispo Pinheiro é a própria Igreja, é o pensamento da Igreja, é a alma, é o coração da mesma, é o ensinamento, são as raízes da Igreja Metodista, por quem temos profundo respeito, e por quem temos demonstrado, constantemente, a nossa admiração. Eu costumo dizer, meus Senhores e minhas Senhoras, meu caro Bispo Pinheiro, que a nossa vida é uma viagem de trem; é tal e qual uma viagem de trem, com muitos vagões, onde, de parada em parada, alguns sobem, outros descem, e a vida continua. Hoje é uma parada, é uma parte desta viagem, desses momentos raros que nós encontramos na vida, de poder, com a humildade da nossa vida pública, homenagear pessoas tão importantes, que neste momento viajam ao nosso lado. Não só a sua Igreja, mas de maneira muito especial a um homem que deu toda a sua vida a uma causa em que acreditou e acredita cada vez mais. Na sua Igreja. Na sua comunidade.

Nesta viagem em que estamos reunidos hoje, talvez amanhã não estejamos juntos, porque em outras sessões tínhamos, aqui, no nosso meio, pessoas que não viajam mais conosco, mas todos sabem que as guardamos na lembrança com profundo carinho. Queremos dizer que, hoje, é uma oportunidade rara que nós temos de conviver com os senhores e confraternizar com a Igreja Metodista justamente no momento em que a Casa entrega o título de Cidadão Emérito ao Bispo Emérito da Igreja Metodista: Bispo Pinheiro.

Foi, meus Senhores, significativo o momento da aprovação do Projeto, porque se aprovava um projeto para homenagear um bispo da Igreja Metodista. E, homenageando um bispo da Igreja Metodista, podem ter a certeza de que se estava homenageando a Igreja, as suas autoridades, os homens da Igreja Metodista, as mulheres da Igreja Metodista, o que esta Igreja representa em termos de educação e assistência social, em trabalhos comunitários. Enfim, homenageou-se o que a Igreja representa, hoje, no concerto da sociedade rio-grandense.

Bispo Pinheiro, é motivo de muita alegria! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Convidamos a todos os presentes para que, de pé, assistam à entrega do Título.

 

(Lê o Diploma.)

 

Eu convido o Ver. Clóvis Brum para fazer a entrega do Título.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

Concedemos a palavra ao nosso homenageado, Bispo Emérito José Pedro Pinheiro.

 

O SR. JOSÉ PEDRO PINHEIRO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, minhas Senhoras e meus Senhores, meus Amigos e meus Irmãos em Cristo, pela primeira vez em minha vida de Pastor troco o púlpito da Igreja por uma tribuna pública, e o faço com íntima satisfação porque aqui sou trazido pelo voto unânime de Vossas Excelências, Senhores Vereadores desta nossa Cidade de Porto Alegre, que me quisestes fazer mais um de seus Cidadãos Eméritos.

O púlpito das Igrejas Metodistas e a minha ação pastoral como Ministro do Evangelho foram a minha ocupação formal nestes mais de 50 anos nessa função, sem me descuidar da participação das obras educativas e sociais. Estou ainda convicto de que cumpri um chamado de Deus através da vocação que não desobedeci, em que pese o ônus moral que tal missão me impôs, e tivesse ainda essa responsabilidade bastante ampliada com a minha eleição ao Episcopado. Mas hoje, como estou no compromisso de corresponder, tanto à bondade quanto à gentileza de Vossas Excelências, Senhor Presidente e Senhores Vereadores, de me entregarem em Sessão Solene o honroso título de Cidadão Emérito da Cidade Capital de meu glorioso Estado do Rio Grande do Sul, sinto-me também feliz e abençoado por Deus por ter a oportunidade de dizer-vos, e a esta audiência amiga e solidária que aqui comparece, o que vai em meu coração agradecido e o que penso e sinto como cristão, discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Projeto do Vereador, Bacharel Clóvis Brum, na verdade surpreendeu-me, agora aposentado embora não inativo, é certo, para ser ignorado. E se o prêmio que neste ato recebo eleva a uma instância mais alta, com outros nomes muito mais dignos desta honraria, a este filho de Cachoeira do Sul, um cachoeirense como tal conhecido, mas de fato nascido em Garibaldi, a responsabilidade que assumo a mais poderá ser até excessiva, pois para quem dá, se satisfazia com o direito da jubilação.

Sou ainda um Pastor, Ministro do Evangelho e, por graça de Deus, um dos Bispos da Igreja Metodista no Brasil, uma das tradicionais Igrejas Evangélicas de nosso País já sesquicentenária em suas atividades e que tiveram início desde o ano de 1835. E foi no ano de 1927 que, também, entrei nessa “linha de esplendor sem fim”, no dizer de um de nossos poetas, para ser um servo de Deus a serviço do meu povo e de nossa gente. E se foi por isso que me quisestes fazer Cidadão Emérito desta nossa querida Porto Alegre, certamente pesquisastes minha folha de serviços, tanto aqui na Capital como no Interior, por vários municípios onde atuei como Pastor e Professor, nas cidades e nos campos, desde o tempo em que se viajava no “lombo do cavalo”, ou de aranha ou charrete, mais tarde até de motociclo, de cuja época guardo as mais saudosas recordações.

Nos anos de 34 e 35, recentemente casado como também mal saído dos estudos teológicos, fui nomeado para a Direção do Instituto Educacional de Passo Fundo em substituição ao venerando Professor William Richard Schisler, que se retirava em gozo de férias. Depois de um vitorioso pastorado no município de Cruz Alta, onde também fui nomeado Suplente do Juiz Municipal e de Menores, retornei a Passo Fundo por um longo período, tempo em que, além do pastorado e da suplência do Juizado, desenvolvi atividades culturais junto ao Grêmio Passofundense de Letras, hoje Academia, em que fui, na qualidade de seu Secretário Executivo, também responsável pela Biblioteca Municipal. Tempo esse sem folga e de exigências múltiplas. Devo recordar que foi também quando estive em grande atividade maçônica junto à Aug.: e Ben.: Loja Concórdia do Sul, quando fui eleito seu Ven. Mestre. Esta atividade associou-me a grandes amigos de formação moral e interesse social, como já havia acontecido em Cruz Alta e depois em Santa Maria. Nesta cidade, para onde fora transferido em 1947, ali licenciando-me professor em História Geral e do Brasil, lecionava para menores carentes. Esta foi uma das mais promissoras fases do meu ministério pastoral extensivo. E foi no interesse dessa grande obra social da Igreja, que ali ainda cumpre a sua tarefa, que aceitei bolsa de estudos na Universidade Emory, em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos, em 1949, lá recolhendo subsídios importantes para o meu trabalho social que ali desenvolvia. E então, no auge da minha atividade, fui surpreendido com a minha eleição para o Episcopado Metodista e designado para superintender os negócios da Igreja no meu próprio Estado. Assim que assumira a minha nova função episcopal, precisei ocupar interinamente a Direção Geral do Instituto Porto Alegre (IPA), acumulando tarefas que quase me levaram à exaustão. Mas era o meu “College”, onde vivi seis anos de minha juventude, a minha segunda família, a minha Faculdade de Teologia. Eram muitas as lembranças ainda vivas; era muito do meu tempo acadêmico de preparação para a minha missão pastoral, que me desafiavam a cumprir temporariamente aquela tarefa.

Então, de 1956 para cá, 30 anos exatamente, por exigência das minhas responsabilidades, passei a ser um cidadão de Porto Alegre, como qualquer outro aqui residente. E passo a recordar, rapidamente, o que devo a esta minha nova cidade:

 No dia 15 de janeiro daquele ano, era-me dado o privilégio de inaugurar, no Parque Farroupilha, o Monumento ao nosso patrono espiritual, o Reverendo John Wesley, organizador inicialmente das Sociedades Unidas na Inglaterra, das quais resultou posteriormente a Igreja Metodista. Este monumento é um dos mais belos com que nossa Capital foi dotada. Alí está, na Avenida João Pessoa, agora um pouco escondido desde a construção do Viaduto Imperatriz Leopoldina, e foi executado por um artista metodista, o escultor e professor Romano Reif, de saudosa memória.

No dia 19 de setembro de 1966, presidi o ato da inauguração da Creche da Casa de Assistência à Criança, que tem o seu bonito prédio à Rua Protásio Alves n.º 5315, onde 130 crianças de ambos os sexos são cuidadas e alimentadas, sendo considerada de primeira classe no seu gênero.

Esta Instituição era o desdobramento de uma outra da qual também tive o privilégio de lançar as bases, em cooperação com o casal Ismael Varela e Dona Mafalda, que viria a ser o “Lar das Meninas”, hoje um outra Creche em pleno funcionamento na Vila Bom Jesus. E não posso omitir-me, por dever de justiça e gratidão, a indispensável cooperação que recebemos do “Lions Club” e pela promoção “Faça Uma Criança Sorrir” realizada pelo jornal “Zero Hora”.

Foi uma década de grande produtividade, pois um outro grande empreendimento nos era propiciado, quando alguns recursos já acumulados por esforços das mulheres metodistas, visando um lar para senhoras idosas necessitadas de recolhimento, foi-nos facilitada a compra de um local para essa finalidade, tão nobre como as demais. E foi o trampolim para algo maior e mais funcional, hoje o “Lar Ottilia Chaves”, situado à Avenida Cavalhada n.º 1800, em homenagem àquela senhora que foi um baluarte no Metodismo, no RS. A instituição cresceu e se impôs à altura de sua meritória finalidade e da qual me honro de ser atualmente o seu Capelão.

Naquela época desdobrei as minhas atividades com as comemorações do Centenário da Igreja Metodista, que se enriqueceu com a dedicação de novos templos e capelas: Os modernos templos da R.S. Vicente e Av. Niterói, bem atestam esta afirmativa, bem como a pedra fundamental de outros edifícios de assistência social, no Estado. Foi quando surgiu a idéia de uma “Casa do Estudante” com o fim de reunir estudantes universitários metodistas e evangélicos, em Porto Alegre, para dar-lhes apoio, orientação e incentivo as suas aspirações. Era um de seus iniciadores o Rev. Otto Gustavo - Otto, também aqui presente. Falhou pela grandiosidade do plano e nossos poucos recursos, mas resultou numa outra casa, o Pensionato Evangélico para moças estudantes ou empregadas ausentes de suas famílias, e que funcionou até bem pouco tempo na Av. Oswaldo Aranha n.º 374, tendo prestado relevantes serviços a uma plêiade de moças do Interior.

Em decorrência dessas promoções foi que surgiu o convite para que aceitássemos a direção da “Casa da Criança Darcy Vargas”, em Santa Maria, fundada que fora pela Legião Brasileira de Assistência. Ainda hoje lá está em funcionamento efetivo, à Av. Borges, como uma das últimas e mais caras atividades. Preciso incluir a do Ecumenismo em Porto Alegre. Este movimento gerou o SICA - Serviço Interconfessional de Aconselhamento - que reuniu em uma associação de espírito ecumênico e cooperação, as Igrejas Católica-Romana, Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal e Metodista, unidas em serviço de amor e apoio às pessoas, indistintamente, que batem à sua porta, ali à Av. Alberto Bins, 1008, onde tem a sua sede há 17 anos, tendo sido fundado a 16 de agosto de 1969. Desde que entrei em contato com o Padre Frederico Laufer SJ., religioso de profundo espírito ecumênico, com ele empenhei-me e outros líderes evangélicos, com o apoio de Dom Ivo Lorscheiter, que foi o nosso primeiro presidente, para que a idéia se concretizasse. Pois no ano próximo passado voltaram os meus pares a insistir para que eu aceitasse a presidência do SICA, tendo como Vice o meu querido irmão em Cristo, Padre Laufer, que me substituiu nestes dois meses de minha ausência do País. Mesmo na Presidência continuo com a minha colaboração como aconselhante, atividade que enche meu coração de alegria pelos resultados que verifico em nossa atividade no SICA. Temos ali aconselhantes capacitados: psicólogos, assistentes sociais, professores, advogados, médicos, casais, chefes de família, padres e pastores, que prestam seus serviços, gratuitamente, e um pequeno grupo de funcionários dedicados e atentos ao bom andamento de nossa Casa de Serviços. Estes são, em resumo, como testemunho da minha fé e do meu serviço, os meus 53 anos de atividades, as mais variadas, nos campos religioso, social e educacional, cabíveis a um Pastor que havia aprendido a responder sempre pela afirmativa aos desafios à sua ação cristã e patriótica. Não desejaria, no entanto, Senhor Presidente e Senhores Vereadores, que vos atribuíssem qualquer culpa por concederem uma honraria imerecida a uma pessoa que, mesmo residente em Porto Alegre há cerca de 30 anos, não tivesse aqui feito jus ao que pretendestes fosse um ato de justiça. Pus a minha modéstia de lado e a minha memória em ação, para relembrar estas três últimas décadas da minha vida em especial: um Pastor, um Ministro do Evangelho a serviço de Jesus Cristo, por meio da Igreja Metodista, interessado mais nos outros que em si mesmo, apesar de ter sido a época em que mais me empenhei na educação de meus quatro filhos, que eram jovens estudantes. E, graças a Deus, com a colaboração dos Colégios Metodistas, o consegui, pelo que hoje posso contemplá-los, todos, bem situados. Com os netos que nos deram, até, um bisneto que é jóia de criança. É com este elenco, todos vivos, solidários e carinhosos, que o velho casal, Dona Eunice e eu, podemos considerar, ainda que modestamente, nossa missão como tal cumprida.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não gostaria de terminar estas minhas palavras de agradecimento e de testemunho de minha fé e trabalho - e o faço com muita emoção, sem que me refira mais diretamente a Vossas Excelências na posição de representantes do povo, todos da minha melhor apreciação e respeito. Um papel importante vos foi reservado na organização democrática de nosso País e em nosso Município. Não saberia com que palavras minhas pudesse eu alcançar o exato sentido e valor de vossa função pública, mas poderei fazê-lo, na aplicação à vossa ação na vereança municipal, que me parecem oportunas e legítimas, nas magistrais palavras com que o maior cérebro do seu tempo, o escritor francês Victor Hugo, atribuiu à Imprensa escrita:

“Serei advogado do Silêncio.

Falarei pelos mudos,

pelos pequenos para os grandes,

pelos fracos para os fortes,

por todos aqueles que não podem falar.

Interpretarei as aspirações dos balbuciantes,

dos tumultos das multidões,

das queixas mal pronunciadas,

de todos os gritos que a ignorância e o sofrimento

impedem o homem de articular.

Serei a Palavra do Povo.

Serei a boca sangrenta donde se arrancou a mordaça.

Direi tudo!”

Que assim seja. Muito agradecido, sinceramente. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: As crianças do Instituto Porto Alegre cantarão, agora, o Hino da Escola, acompanhados pelo Prof. Carlos Bueno.

 

(As crianças cantam o Hino do IPA.)

 

Concederemos a palavra, agora, ao Bispo Isac Alberto Rodrigues Aço, Titular da Igreja Metodista do RS.

 

O SR. ISAC ALBERTO RODRIGUES AÇO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, demais componentes da Mesa, Senhoras e Senhores, em nome do Colégio Episcopal da Igreja Metodista e em nome da Igreja Metodista na 2a. Região Eclesiástica, queremos, em primeiro lugar, agradecer à Câmara de Vereadores de Porto Alegre por ter, por unanimidade, aprovado a proposta do Ver. Clóvis Brum para homenagear com o título de Cidadão Emérito o Bispo Emérito José Pedro Pinheiro. Em nome da Igreja neste Estado, nesta Região e da Igreja Nacional da qual o Bispo Emérito José Pedro Pinheiro faz parte como membro do Colégio dos Bispos, nós prestamos aqui o nosso agradecimento a esta Casa por esta iniciativa. Aproveitamos a oportunidade, prezados irmãos e amigos, para também dizer o quanto nos alegra, e a todos quantos nos estão profundamente vinculados com o momento de alegria, de expressão comunitária, esta homenagem que se presta ao Bispo Emérito José Pedro Pinheiro. Não é sem razão esta homenagem. A folha de serviços que acabamos de ouvir, os serviços prestados nas mais diferentes organizações da própria Igreja e fora da Igreja, desde o trabalho educacional ao trabalho social, e aqui nesta Casa, neste momento, vários amigos presentes foram em algum momento agraciados pelo amor do Bispo José Pedro Pinheiro e de sua família no Lar Metodista, ao qual ele se referiu com tanto carinho. Não é sem razão que nós aqui, nesta hora, estamos para louvar a Deus, porque para nós é motivo de gratidão a Deus que a comunidade da Capital do Estado possa lembrar-se do trabalho do Bispo Pinheiro que, embora aposentado, todos sabemos, continua trabalhando, continua na sua atividade de Pastor em diferentes facetas da atividade pastoral, principalmente o aconselhamento e a atividade da oração e da capelania junto às pessoas idosas, como ele mesmo se referiu.

Bispo Pinheiro, esta homenagem é certamente parte daquilo que toda a comunidade do Rio Grande do Sul sente ao seu respeito, a comunidade que transcende à comunidade metodista aqui presente. É a comunidade ampla dos seus milhares de amigos em todas as cidades por onde passou. A Capital do Estado, como cidade maior, como cidade representativa e como a cidade onde pulsa o coração do Rio Grande, presta-lhe esta homenagem. Nós agradecemos a Deus, pois sabemos que esta homenagem é prestada a uma pessoa que a merece realmente e, conforme o senhor acabou de dizer, coloca este merecimento no seu relacionamento religioso e na sua relação com Deus e como membro da Igreja Metodista. Louvado seja Deus por isto. Louvado seja Deus por esta homenagem. Amém. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Ao ensejo do encerramento desta Sessão, compete à Presidência dirigir algumas palavras ao homenageado e ao grupo que aqui afluiu. Para mim é uma honra presidir uma Sessão Solene em que a pessoa homenageado foi tão bem escolhida. Sempre nos gratifica saber que esta Casa, que é a Casa do Povo, possa não cometer erros - às vezes os cometemos, sabemos disso, somos humanos. Na oportunidade, vemos que muitas pessoas afluem para cá, um local de difícil acesso, no momento, sem condições necessárias para receber o povo da Cidade. Percebemos, então, que a Casa passa a ser pequena. Mas isto nos gratifica, gratifica muito.

O nosso homenageado diz o seguinte: “Sou cachoeirense por adoção, pois nasci em Garibaldi”. E eu já sou, ao contrário, cachoeirense de nascimento e porto-alegrense por doação. Isso pode ser um ponto de identidade, alguma coisa que faz com que a gente se sinta ou possa falar com o coração e não com a razão. Pelo que disse o nosso caro homenageado - e vocês sabem mais do que eu, porque são seus amigos, o acompanharam de perto - o que ele fez do seu trabalho, na sua vida, foi mais, talvez, do que se esperava e, por esta razão, esta Cidade, através de nós, Vereadores, através desta Casa, se sente feliz em poder homenageá-lo e considerá-lo Cidadão Emérito desta Cidade. Porto Alegre procura, através de seus representantes, os Vereadores, premiar, ou oferecer aquilo que nós podemos oferecer a pessoas que realmente trabalharam por esta Cidade. Cada um de nós faz alguma coisa por esta Cidade, mas alguns de nós fazem um pouco mais. É o caso de nosso Bispo José Pedro Pinheiro, ao qual, hoje, esta Casa oferece uma singela Sessão, porque ela não tem um brilho que talvez o nosso homenageado merecesse. Muito obrigada. (Palmas.)

Agradecemos a presença dos Srs. convidados e convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão Solene a seguir.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h25min.)

 

Sala das Sessões, do Palácio Aloísio Filho, 21 de outubro de 1986.

 

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